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SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA D



Se você se consultar com uma Nutricionista Funcional com absoluta certeza sairá com uma série de pedidos de análises bioquímicas, mas uma, em especial garanto que não faltará: a vitamina D.

A atenção dos profissionais a esta vitamina, que na verdade não é bem uma vitamina e sim um pré-hormônio (1), vem aumentando à medida que mais estudos científicos são feitos sobre seu papel na saúde e prevenção de doenças.

Estudos epidemiológicos têm constatado que uma expressiva parcela da população mundial apresenta baixos níveis séricos de vitamina D. Alguns países chegam a apresentar taxas de deficiência de vitamina D superiores a 50%, como observado no Brasil, Dinamarca e Alemanha (4).


Vitamina D e Depressão


Os índices de depressão no mundo são altos e vem crescendo a cada dia. São diversos os fatores envolvidos , mas estudos científicos (2) encontraram relação significativa entre os níveis de vitamina D e o quadro clínico de depressão. Pessoas com deficiência de vitamina D apresentam maior risco de desenvolvimento e manutenção do estado depressivo. A manutenção do estado depressivo é a situação onde o paciente não responde bem ao tratamento medicamentoso. Estes mesmos estudos afirmam que a suplementação de vitamina D parece reduzir este estado.


Vitamina D e Câncer

Estudos com culturas celulares e modelos experimentais com animais sugerem que a vitamina D pode inibir a proliferação de células cancerígenas. Foram encontradas correlações ecológicas entre deficiência de vitamina D e câncer, como por exemplo maior incidência de câncer em países com menor exposição solar (a maior sintese de vitamina D é feita na pele através da exposição solar), maior mortalidade por câncer no inverno (as pessoas se expõe menos ao sol) e entre pessoas de pele negra (quanto mais escura a pele maior o tempo necessário para sintetizar a mesma quantidade de vitamina D (3).


Vitamina D e Doenças cardiovasculares


A Hipertensão Arterial Sistêmica é uma doença crônica, de origem multifatorial, que envolve desde fatores genéticos até comportamentos ligados aos indivíduos, como hábitos alimentares, tabagismo, inatividade física, entre outros. Dentre os hábitos alimentares acreditava-se que uma alimentação rica em sal e ultraprocessada (as comidas prontas que encontramos nas prateleiras dos supermercados que são ricas em sódio) eram os principais vilões, mas agora a ciência vem demonstrando que sim, a deficiência de vitamina D também pode estar envolvida. Alguns estudos experimentais tem indicado que a deficiência de vitamina D ativa o sistema renina-angiotensina-aldosterona, o que pode levar a hipertensão arterial sistêmica (HAS)(4).


Nutrigenética e Vitamina D

No mapeamento genético focado na Nutrição é possível identificar polimorfismos genéticos que possam influenciar significativamente na redução da biodisponibilidade da vitamina D. Esta é uma informaão valiosa em um acompanhamento nutricional funcional, pois permite ao profissional agir preventivamente calendarizando a realização de análises bioquímicas e prescrição de suplementação. Essas ações garantem protocolos assertivos que evitam as quedas constantes nos níveis da vitamina e garantam os melhores níveis para a promoção da saúde e prevenção da doença.


Como obtenho naturalmente a vitamina D?

Nos seres humanos, apenas 10% a 20% da vitamina D provém da dieta (4). A maior fonte está na epiderme (pele) e é obtida através da exposição solar. A grande questão é que mesmo em países com muito calor e sol, como é o caso do Brasil, por exemplo, os índices de insufiência e deficiência de vitamina D são muito altos. Outra questão importante sobre alcançar os níveis ideais de vitamina D de forma natural é a demora que isso pode levar, podendo levar meses ou até nem alcançar os níveis adequados gerando riscos.


Quando devo suplementar vitamina D

A suplementação de vitamina D deve ser acompanhada por sua nutricionista funcional, principalmente se é recorrente (aquelas pessoas que vivem suplementando, mas mesmo assim a vitamina D está sempre baixa). A nutricionista funcional tem habilidades técnicas e científicas para construir com você uma avaliação mais aprofundada sobre o contexto clínico, ambiental e genético que possam influênciar nessa deficiência. Já tive casos em que a deficiência de vitamina D tinha relação com produtos químicos cujo contato frequente podiam influenciar na eficiência do metabilismo renal da vitamina D, por isso procure uma nutricionista.


Nutrição é coisa séria! Nutrição é com nutricionista.


Dra. Juliana Falchetti


1. Moeda. S. S. et al. Recomendações da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) para o diagnóstico e tratamento da hipovitaminose D. Arq Bras Endocrinol Metab. 2014;58/5.

2. Lobão, R. K. A. M. et al. Relação da vitamina D e a depressão: revisão da literatura . Research, Society and Development, v. 11, n. 16, e484111638431, 2022 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i16.38431

3. Lichtenstein, A. et.al. Vitamina D: ac¸ões extraósseas e uso racional. rev assoc med bras. 2013;59(5):495–506.

4. Jorge. A. J. L, et. al. Deficiência da Vitamina D e Doenças Cardiovasculares International Journal of Cardiovascular Sciences. 2018;31(4)422-432.

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